* Silvio Caruso
Como
vivenciei a história recente desse país, acho que posso testemunhar. Como
jornalista, é minha obrigação relatar. Vivi antes, durante e depois do regime
militar. Durante, não foi a maravilha que os militares pregam, nem a maldição
que os contrários apregoam.
Fui
militar quando o regime ainda estava nascendo, fui estudante e jornalista aqui
em São Paulo quando ele estava morrendo. Foi muito difícil, a imprensa não
podia ser contra nada mesmo que apresentasse provas, foi a época das “receitas
de bolos” nos jornais.
Quantas
vezes cobrindo uma greve ou manifestação pela Jovem Pan, onde comecei, recebia
uma ordem pelo rádio, da redação: volta que a greve acabou! A primeira vez que
recebi essa maluquice, estava cobrindo um protesto na USP, contestei: não, não
acabou não, estou aqui e continua acontecendo! A chefia de reportagem me
mandava voltar. Como quem tem juízo obedece, retornei e então ele me mostrou o
“telex” do DOPS, ou do Comando do Segundo Exército, não lembro exatamente de
onde, mas a ordem era clara e explícita, se falasse mais sobre o assunto a
emissora seria “lacrada”. Na mesma ameaça, constava o nome e o cargo de quem
enviou e pedia o nome, a função de quem recebeu e o horário que recebeu.
Não
se podia reunir mais de quatro ou cinco pessoas na rua, que logo chegava um
Opala preto mandando dispersar. Censura pesada na imprensa, teatro, cinema. Viam
comunistas por trás de tudo e só podia o que eles permitiam. Nessa época fui
militante da esquerda, só que achei que havia alguma coisa estranha em tudo
isso e me afastei. Se tivesse continuado, poderia ser hoje mais um
desaparecido.
Antes,
durante e depois, a educação era dada em casa pela família, o respeito a
honestidade e a verdade eram deveres. O
Ensino era público e de ótima qualidade, só os folgados que não queriam estudar
iam para as escolas particulares.
A
Saúde e a Segurança eram públicas e boas. Não se ouvia falar em desemprego para
quem quisesse trabalhar. Até o termo “corrupção” era desconhecido.
Não
sei se a “intervenção militar” veio na hora certa, ou pela neurose contra o
comunismo, que eu não tinha muita informação ou interesse. Mas era assim para a
sociedade, e assim continuou durante e depois.
Só
sei que no movimento pelas “Diretas Já” houve um envolvimento das empresas de
comunicação, dos jornalistas, da sociedade e de políticos, famintos pelo Poder.
Pelos movimentos e protestos proibidos, os militares resolveram devolver o
poder ao povo, com as Diretas. Veio a Nova República, cheia de “velhas raposas”
da política, foi quando me afastei dos movimentos.
A
sociedade se acalmou e a vida seguiu normal por mais alguns anos. Aos poucos
tudo foi mudando. A Educação ficou “órfã”, o Ensino “foi pro brejo”, a Saúde
pra “UTI” e a Segurança pro “inferno”, com a corrupção assumindo os Poderes,
tudo se tornou insuportável como é hoje.
Os
políticos consideram deles o dinheiro público, as empresas achavam que
empregados eram escravos, só visavam lucro desenfreado. A grande imprensa
descobriu uma brecha no dinheiro público desviado pelos políticos, os
jornalistas se calaram e passaram a obedecer as ordens, ou iriam engrossar a
lista do desemprego. Outros tantos se adaptaram â corrupção e ficaram ricos...
É o que acontece hoje.
Só
que, os poderosos corruptos não contavam com as redes sociais como formas de
mobilizações, antes, eram apenas para amenizar a solidão dos infelizes, ou para
quem não tem opinião, dar opinião. Aí aparece um maluco, sem projeção, sem
dinheiro, sem horário na televisão, com o “pé na cova”, na UTI de um hospital
em virtude de um atentado que sofreu, faz sua campanha a candidato à Presidente
da República, pelas redes sociais e é eleito. Bastou falar o que o povo estava
gritando calado. Não sei se vai fazer tudo, em parte, ou algo do que prometeu,
mas está tentando.
Refém
do Legislativo, dependendo do Judiciário e apanhando da Grande imprensa, a
única saída para o Brasil somos nós, ele depende do nosso apoio! Se você votou
nele, ou não, não interessa o que está em jogo é o País. Temos que dar esse
voto de confiança, se não cumprir o que prometeu, vamos pras ruas de novo e
tiramos ele de lá. Já sabemos que podemos, esse é o caminho.
Com
isso a população está fazendo sua parte: mobilizando e protestando. Diante
desse cenário de falsidades, só posso achar...
Acho
que a grande mídia encontrou um pretexto para esvaziar manifestações. Não que o
tal de Corona Vírus não exista, e não vá chegar aqui, mas está sendo usado para
esse fim. Temos os nossos vírus já instalados no Brasil, como a dengue e seus
derivados, Febre amarela não resolvida e tantos outros.
Mas,
o principal, mais mortal e mais imoral é o “CORRÚPTUS VÍRUS”! Já matou milhares
de pessoas nos hospitais, na segurança, na saúde, nas escolas, na educação de
péssimo nível, gerando o desemprego de milhões. Sem falar da fome, que não
existem estatísticas...
Pensando
assim, pela experiência vivida, ou pela desconfiança em tudo, só posso achar
isso: Desculpa da mídia fantasiada de “Utilidade Pública”!
Entre
o não sei e o acho, tenho quase certeza, se estiver vivo, dia 15 vou cumprir
minha obrigação na Avenida Paulista. Dizem que, acho que sim, foi Duque de
Caxias que disse a frase:
SIGAM-ME
OS QUE FOREM BRASILEIROS (honestos)!!!
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