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Grupo Sementes da Alegria distribui risadas e piadas para pacientes hospitalizados nos hospitais da região |
Ao redor do planeta, há muitas iniciativas
diferentes de palhaços que atuam em hospitais. Elas nasceram de idéias genuínas
inspiradas em projetos para elevar a auto-estima e melhorar o ambiente
hospitalar. Comprovadamente ajudam a diminuir a dor, aliviar a depressão e
levar um ar de alegria e sorrisos para os hospitais.
Com o objetivo
de estimular a alegria nos funcionários e pacientes, principalmente crianças,
voluntários do grupo Sementes da Alegria, se vestem de palhaços e colocam
jalecos para parodiarem a profissão do médico. O grupo é constituído por cerca
de 40 palhaços que trabalham como atores e outros 10 voluntários como
fotógrafos, cinegrafistas, operadores de som, músicos, operadores de som, entre
outras funções muito importantes.
“Antes de
atuarmos no ambiente hospitalar, somos treinados e preparados”, informa o
psicólogo Paulo Zanquetta, que durante a semana atua como chefe do Setor de RH
(Recursos Humanos) de uma cooperativa de energia elétrica. “Todos recebem
treinamento teatral, musical e aperfeiçoamento por meio de oficinas, fóruns,
congressos e palestras”. Paulo, além de atuar como o palhaço Xexelento, atua no
grupo como psicólogo orientador.
Ele explica
que a presença dos palhaços nos hospitais, reduz o estresse e aumenta o
bem-estar daquele ambiente, facilitando o diagnóstico pela equipe médica.
Pesquisas científicas já comprovaram que o riso pode até tornar desnecessária a
utilização da sedação em alguns casos.
“Num ambiente
pediátrico-hospitalar, somos ‘médicos besteirologistas’ especializados em
‘risoterapia’ e como qualquer área, a nossa é de extrema importância”, afirma
André, o palhaço Dr. Trumpico.
O grupo
Sementes da Alegria surgiu no ano de 2008, quando foram chamados para
trabalharem num orfanato em Ibirá. Não tiveram sucesso em suas primeiras
apresentações. Foi quando então André conhece um importante palestrante e, sem
receio, solicita ajuda para capacitar o grupo. O palestrante era Marilan Sales,
o famoso palhaço Tic-Tac, do Programa Bambalão da televisão. Convite aceito e
com o trabalho iniciado o grupo passou a entender os objetivos e os caminhos a
serem percorridos, com conhecimento e treinamentos.
Ajuda na recuperação dos pacientes
Com a
utilização de esteriótipos, cenas e escretes, cada qual adequado ao ambiente e
aos contextos de idade e sociocultural, o grupo também se apresenta em asilos e
orfanatos. “Após a visitação que fazemos nos hospitais, podemos notar pelos
relatos dos pais e dos médicos a recuperação das crianças”, afirma o
comerciante Cleber Carvalho, da Hidraurio, que interpreta o Doutor Esculacho. “As crianças passar a aceitar melhor
os tratamentos e as medicações, além de perceberem que, nem tudo o que entra
pela porta do quarto, será assustador ou que causará dor”.
As “consultas”
dos doutores do riso não são agendadas. Mas possuem horários pré-estabelecidos
em cada hospital. Porém para os pacientes as visitas são boas surpresas. E só
entram se o dono do quarto, ou seja, a criança, autorizar a entrada. E aí as
brincadeiras começam, sem parar. “É simples: nós fingimos que somos médicos e
os pequenos fingem que acreditam. E nessa troca há a magia da brincadeira no
contexto hospitalar, até os funcionários e os médicos de verdade se envolvem”.
Através da
terapia do riso, o grupo leva alegria para as pessoas em tratamento hospitalar,
nos asilos, projetos sociais e comunidades carentes. “Nosso instrumento de
trabalho é a arte teatral e o palhaço, com foco em humanização e amor, pois sem
o amor a nossa função seria em vão”.
Trabalho sério
O trabalho dos
doutores da alegria como são chamados os palhaços que visitam os hospitais é
tão sério que Wellington Nogueira, fundador, 30 anos atrás, do primeiro grupo
Doutores da Alegria no Brasil, trabalha ativamente para obter reconhecimento da
profissão do palhaço que atua em hospitais. Em Israel e nos Estados Unidos a
profissão já é reconhecida pelos governos.
Wellington se
formou em Teatro na Academia Americana de Nova Iorque. Na década de 80
participou, nos Estados Unidos, do primeiro grupo de palhaços profissionais que
visitavam crianças hospitalizadas no mundo: The Big Apple Circus Clown Care,
fundado pelo ator e palhaço Michael Christense.
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A alegria das "doutoras" do riso é contagiante |
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Não tem quem consegue sem ficar dando risada e gargalhadas com as piadas desse pessoal |
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Todos trabalham com muito profissionalismo nos hospitais, creches e asilos |
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A turma é grande e se subdivide em pequenos grupos para poder atender a todos os hospitais da região |
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O grupo usa técnicas de malabarismo, mágica e música para entreter os pacientes, principalmente as crianças |
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As palhaçadas dessa turma são muitíssimas engraçadas |
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Pacientes se interagem com a turma dos palhaços transvestidos de médicos |
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As equipes de médicos e funcionários dos hospitais também se interagem e divertem-se com a turma da alegria |
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Rio Preto