![]() |
Ex-senador Aloysio Nunes entra nas investigações da Lava Jato |
Nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, chegou a Rio Preto, com foco de investigação sobre o ex-senador
e ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB). Apartamento do
tucano, na região central da cidade, foi alvo de mandados de busca e apreensão,
assim como imóveis dele em São Paulo. Empresas em nome do ex-senador em São
Paulo também foram revistadas.
Em Rio Preto, a Polícia Federal apreendeu
documentos e um pen drive. Os agentes da PF estavam acompanhados de auditores
da Receita Federal, também escalados para a operação. Não havia ninguém no
imóvel e três testemunhas acompanharam a busca e apreensão no apartamento do
ex-senador.
Nomeado presidente da
agência Investe SP no início do mês, Aloysio acabou deixando o cargo no final
da tarde de terça-feira depois de se reunir com o governador João Doria (PSDB).
Ele nega as acusações. “Não tenho, em minha consciência, o que possa comprometer
a lisura, que sempre mantive... não me iludo quanto ao abalo que essa simples
diligência, cercada do alarde, que infelizmente, tem sido regra em casos
semelhantes, provocou em minha imagem”, escreveu o ex-senador, em nota. Em
entrevista à TV Globo afirmou que não sabia do teor das apurações.
Além de investigar Aloysio, a Justiça Federal
expediu 12 mandados e prendeu Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. As
investigações apuram esquema de propina, corrupção e lavagem de dinheiro que
somam mais de R$ 130 milhões, entre 2007 e 2017. O esquema foi deletado por
executivos da Odebrecht.
Considerado operador financeiro do PSDB em
campanhas eleitorais, Paulo Preto, preso em São Paulo, durante a operação, é
acusado de manter contas no exterior para lavagem de dinheiro. Ele foi diretor
da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário) do governo estadual, na gestão de José
Serra (PSDB), de quem Aloysio era o principal o auxiliar.
Segundo o Ministério Público Federal, a
Odebrechet teria repassado 275,7 mil euros (equivalente a R$ 1,1 milhão) a
contas no exterior. “Valores esses que, ao menos em parte, teriam sido
repassados a Aloysio”, diz trecho da decisão da juíza Gabriela Hardt.
O procurador da República Roberson Pozzobon
afirmou que Paulo Preto tinha um “bunker” com R$ 100 milhões “em espécie”. O
dinheiro ficava em dois imóveis do investigado. O procurador afirmou ainda que,
com base nas delações de executivos da Odebrecht, que faziam os repasses, o
ex-diretor da Dersa tinha até de colocar o dinheiro para secar “ao sol para não
mofar” as notas.
![]() |
Aloysio nega envolvimento e pede demissão no cargo de presidente da estatal Investe SP |
![]() |
Agente da Polícia Federal saem do apartamento de Aloysio em São José do Rio Preto (foto: reprodução do Diário da Região) |
Tags
Rio Preto