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Turismo rural pode alavancar o desenvolvimento regional

Propriedade da região oferece café colonial para turistas das grandes cidades


Aliando experiência da produção do campo com o turismo rural, três amigos ligados à área de agronegócios montaram uma empresa para fomentar o turismo rural na região. A intenção é prestar consultoria para desenvolver o turismo rural de forma planejada e sustentável em todos os municípios da região.

O zootecnista Sylvio Eduardo Di Jacintho Santos, com a experiência de atuar 14 anos nas casas das lavouras de diversos municípios e fazer parte, por mais de 5 anos, da diretoria da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Rio Preto), além de ser produtor rural, afirma estar preparado para repassar todos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos aos produtores rurais. Sylvio se juntou ao advogado André Luis Guilherme e ao tecnólogo em agronegócios Eduardo Pereira dos Santos para montar a Avantti Turismo Rural.

A maioria das propriedades rurais da região é de pequeno porte. E segundo dados do Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural (Idestur), 60% dos empreendimentos de turismo rural no Brasil são informais. Isto porque, segundo a presidente do Instituto, o empresário do turismo rural, que também é produtor rural, precisa ter dois CNPJ, pois para atuar formalmente no turismo rural precisa ter outra empresa. “Nós entendemos isso como uma bitributação e assim as empresas de turismo rural seguem na informalização”.

Sylvio explica que muitos produtores rurais ainda tem aquele pensamento enraizado de “paternalismo idiota” onde o poder público tem bancar a infraestrutura de seus negócios. “Não se pode esperar nada das prefeituras”, ensina. “É o produtor rural que tem que investir e usar da criatividade”.

O zootecnista cita o exemplo da dona de um pequeno sitio em Mirassol que começou fazendo um café colonial para 20 a 30 pessoas nos finais de semana. “De repente saiu uma matéria num jornal e no primeiro final de semana ela serviu esse café para 250 pessoas e hoje aos domingos serve para mais de 400 pessoas”.

“Investindo pouco o retorno é grande”, garante Sylvio. “Cobrando 30 reais, por exemplo, se serve um baita almoço caipira, gastando-se muito pouco, pois podem usar os alimentos produzidos no próprio sitio, como verduras, legumes, carne, ovos e frutas”.

Além disso, acrescenta Sylvio, ocorre uma grande integração regional onde todos trabalham e ganham. “Se o produtor não cria galinhas, o seu vizinho cria e pode lhe vender os ovos e as aves”, afirma. “Outro produtor fornece o leite para a produção do queijo e doces e assim por diante. É uma cadeia de união, onde todos saem ganhando”.

Outro aspecto importante levantado pelos especialistas é que quem vem das grandes cidades para conhecer as propriedades rurais da região sempre acabam levando produtos, como queijo, doces, cachaça, frutas, legumes e verduras. “Tem criança que mora em grandes capitais e nunca viu tirar leite de vaca”.

Roteiro da cachaça
Sylvio Di Jacinto iniciou nesta semana levantamento para saber quantos alambiques de pinga possuem na região. “Vamos cadastrar todos eles para fazer o roteiro da cachaça para quem aprecia uma boa pinga envelhecida e vem visitar a nossa região”.

Para Sylvio o turismo rural pode mudar a vida das pessoas e da sociedade. “Mas é preciso conhecimento, ousadia e investimento”, ressalta, acrescentando que o turismo rural pode ser uma importante e alternativa fonte de renda para o agricultor familiar. Depois de quase dois anos de estudos e muito trabalho, a empresa Avantti já tem alguns resultados concretos, mesmo sem muitos recursos.

Coisas simples como o passeio de charrete chama a atenção de quem vive nas grandes cidades


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