Folha2

Tiradentes e Tancredo morrem no mesmo dia, com 193 anos de diferença

 

Tiradentes e Tancredo Neves morreram no mesmo dia: 21 de abril: 193 anos depois

O feriado nacional de 21 de abril homenageia um dos líderes da Inconfidência Mineira: o mártir Tiradentes. A homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos líderes da Inconfidência Mineira e símbolo da luta pela independência do Brasil.

 Por sua importância na resistência à dominação portuguesa, Tirantes tornou-se uma das figuras mais emblemáticas da história nacional. Ele foi um dos líderes da Conjuração Mineira ou Inconfidência Mineira como ficou conhecido aquele movimento de insatisfação que exigia uma ruptura do Brasil com a coroa portuguesa.

A coroa portuguesa cobrava altos impostos dos brasileiros, algo em torno de um quinto do rendimento de cada habitante. Nascido em Minas Gerais, em 1746, Joaquim José da Silva Xavier era filho de Domingos da Silva Santos e Antônia da Encarnação Xavier. Ambos faleceram quando ele ainda era criança. E Joaquim foi criado por seu tio, Sebastião Ferreira Leitão. O tio exercia a profissão de dentista e ensinou a prática ao garoto, que mais tarde seguiu nessa área. Naqueles tempos não existia qualquer tipo de tratamento para dor de dente. A solução era tirar o dente, daí vem o apelido dele.

Em 1775 ele se tornou militar e passou a dedicar-se à causa brasileira, fazendo oposição à dominação colonial. Aluta foi intensa, mas antes, que pudesse ser colocada em prática, Joaquim Silvério dos Reis, que participava do movimento, delatou seus companheiros envolvidos na trama às autoridades portuguesas em troca do perdão de suas dívidas à coroa. Assim os inconfidentes foram presos e investigados entre 1780 e 1792. Tiradentes foi o ´punico condenado à morte, enquanto os demais foram perdoados por Maria 1ª, a rainha de Portugal nessa época. Tiradentes foi enforcado em praça público e teve seu corpo esquartejado e exposto nos postes das principais ruas da então Vila Rica.

O alferes Tiradentes foi o único culpado e condenados dos inconfidentes mineiros


 Morte de Tancredo Neves

 Em 1984, Tancredo Neves aceitou a proposta de se candidatar à Presidência da República e em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral por uma grande diferença de votos, numa disputa acirrada com o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf. No entanto, adoeceu gravemente em 14 de março daquele mesmo ano, véspera da posse. Em 21 de abril, morreu aos 75 anos.

 Após 21 anos de regime militar, a expectativa era muito grande para ter o primeiro presidente civil em décadas. Eleito indiretamente pelo voto dos congressitas, Tancredo de Almeida Neves e seu vice, José Sarney, tomaram posse no dia 15 de março de 1985.

Tancredo havia se submetido a uma agenda de campanha bastante intensa e extenuante, viajando por todo o país, enfrentando temperaturas e frias e quentes num mesmo dia, articulando apoios do Congresso Nacional e dos governadores. Ele vinha sofrendo de fortes dores abdominais durante os dias que antecederam a posse. Aconselhado por médios a procurar tratamento, teria dito que não iria se submeter a nenhuma cirurgia antes de ser empossado no cargo.

Tancredo temia que os militares da chamada “Linha-dura” se recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Decidiu encobrir seu mal estar e ocultar sua doença. Somente a revelou no dia da posse, 15 de março, quando já estivessem em Brasília os chefes de Estado esperados para a cerimônia, com o que ficaria mais difícil uma ruptura política por parte dos militares que ainda sonhavam em se manter no governo. A sua grande preocupação era com a garantia da posse ser respeitada pela frase que ouvira de Getúlio Vargas a esse respeito: “No Brasil não adianta vencer a eleição, é preciso vencer a posse!”.

Ele passou mal na missa que antecedia a posse e precisou ser internado às pressas. A doença do carismático político prestes a assumir a presidência causou grande comoção e apreensão na população, sendo até divulgada uma foto do presidente eleito, ao lado dos médicos, para acalmar o país. O posicionamento de Ulysses Guimarães, eleito presidente da Câmara, foi primordial para garantir a posse do vice-presidente eleito José Sarney, que ficou interinamente no cargo até o falecimento de Tancredo em 21 abril.

 Inicialmente, a versão oficial informava que a causa da morte teria sido uma diverticulite, mas apurações posteriores indicavam que tratava de um câncer benigno, mas infectado. A morte de Tancredo, coincidentemente, no mesmo dia em que Tiradentes, foi morto, é marco que levanta suspeitas até hoje sobre o caso.

Corpo de Tancredo Neves sendo velado no saguão de entrada do Senado Federal

Tancredo Neves teve 480 votos num colégio eleitoral de 513 eleitores e foi eleito presidente




Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

vários

Folha2
Folha2