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Gabriel Aguiar recebe mais de 30 mil votos usando folhas secas no lugar de santinhos

 

Gabriel Aguiar utilizou folhas ao invés de papel em sua campanha eleitoral

Enquanto milhares de candidatos a prefeito e a vereador emporcalharam as cidades com os famosos santinhos e panfletos, entupindo bueiros e fazendo muita sujeira, em Fortaleza um vereador deu um baita exemplo. O biólogo Gabriel Lima de Aguiar foi reeleito pelo PSOL para o seu segundo mandato como vereador, com mais de 30 mil votos, sem utilizar nenhum tipo de papel em sua campanha eleitoral deste ano. Ele não recorreu a panfletos, adesivos ou nem mesmo aos tradicionais “santinhos”.

A estratégia do Gabriel Aguiar foi surpreendente: nas ruas o candidato e sua equipe distribuíram folhas secas com mensagens e seu número, escritos a mão, em vez de papel.

Em 2020, Gabriel foi eleito vereador com 9.888 votos. Mas desta vez ele triplicou sua votação, recebendo nas urnas 30.682 votos. Foi o segundo mais votado e só perdeu para a vereadora reeleita Priscila Costa (PL), que obteve 36.226 votos. Em terceiro lugar ficou Bella Carmelo (PL), com 28.138 votos.

Conhecido como “Gabriel Biologia”, por ser biólogo e há mais de 10 anos vivenciar luta pela preservação da fauna, flora e dos ecossistemas de Fortaleza e do Ceará. Ele propagador da defesa do meio ambiente.

“Usamos somente uma bandeira e a nossa voz”, esclareceu o vereador do PSOL. “A gente quis mostrar para a população, e também para os outros políticos, que é possível fazer uma campanha limpa sem gerar muito lixo e resíduos. A folha seca é um material totalmente biodegradável que pode jogar no chão sem problema. É um custo zero e ainda por cima é personalizado. A gente fez uma por uma, com muito carinho. A gente desenha, pinta e muita gente, que ajudou na campanha, também aprendeu a fazer essas folhinhas para ajudar nossa campanha”.

Para mobilizar seus eleitores e a população, Gabriel produziu e postou nas redes sociais vídeo para explicar a extravagância com papel nessa época de eleições. “Em toda as eleições os candidatos gastam no Brasil milhões de toneladas de papel para suas campanhas. Para isso é necessário derrubar mais de 600 mil árvores para produzir o papel usado para a produção da campanha política. Isso daria para produzir 40 milhões de livros escolares e se todo esse papel fosse empilhado e colocado lado a lado daria para dar 143 voltas ao redor do planeta”..

 Crime contra o meio ambiente

O despejo de santinhos de forma exagerada é, acima de tudo, considerado como crime eleitoral. Infelizmente é uma prática bastante usada nos momentos que antecedem o pleito, próximos dos locais de votação. Mesmo sendo proibido nas imediações dos locais de votação, o despejo de santinhos é uma forma corriqueira dos candidatos tentarem se propagar.

A pena prevista para quem descumprir a lei é detenção de seis meses a 1 ano, com a possibilidade de aplicação de pena alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período. O despejo de santinhos próximos aos locais de votação também é considerado como propaganda irregular, que pode levar ao pagamento de multa, que varia de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

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