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Crianças abandonadas pela própria mãe (foto: reprodução Facebook e desfocada) |
Nelson Gonçalves
As crianças foram
encontradas pela Guarda Municipal sozinhas em uma casa em péssimas condições,
depois que o Conselho Tutelar recebeu denúncias do estado de abandonado das
meninas. O local onde as crianças foram encontradas era um imóvel abandonado.
Segundo os guardas e as assistentes sociais da prefeitura que estiveram no
imóvel, o cheiro do local era insuportável. Fazia dias que as crianças não se
alimentavam e nem tomavam banho. Vivendo como maltrapilhos, passando fome e
correndo o risco ficarem doentes por estar desnutridas e enfraquecidas, as
meninas foram recolhidas numa operação conjunta que envolveu a Guarda
Municipal, o Conselho Tutelar e o Departamento de Assistente Social da
Prefeitura. Até a prefeita Gislaine Montanaro Franzotti atuou no resgate das
crianças, ordenando que elas fossem entregues para os avós paternos, distantes a quilômetros de distância.
“O que aconteceu foi muito
grave e não poderíamos deixar, de jeito nenhum, essas crianças nesse estado de
completo abandono”, afirmou a prefeita, parabenizando todas as pessoas
envolvidas nessa operação. O pessoal da Assistência Social agiu rápido. Manteve
contatos com os integrantes do Conselho Tutelar de Recife e da cidade de origem
das crianças.
Após conseguir banho,
roupas limpas e alimentação, as crianças, que estavam esfomeadas, foram
encaminhadas para o aeroporto de São José do Rio Preto, onde seguiram viagem
até Campinas e de lá para Recife. Tudo acompanhado pelas assistentes sociais,
integrantes dos Conselhos Tutelar e das comissárias de bordo da empresa
aérea Gol. Todos se comprometeram a acompanhar as crianças, desde o embarque,
escalas de voos, desembarque e até o destino final na casa dos avós paternos, no agreste pernambucano.
Traumas do abandono
O abandono materno causa
traumas profundos e duradouros nas crianças, afetando seu desenvolvimento
emocional, social e psicológico. Por isso, nesses casos, é fundamental que as
autoridades tomem medidas cabíveis para garantir a segurança e o bem-estar das
crianças. Ações de acolhimento e acompanhamento, como o ocorrido nessa situação
em Potirendaba, são essenciais para minimizar os danos causados por essa
experiência traumática.
A sociedade como um todo
precisa desse olhar mais atento para essas situações. Se observar crianças em
situações de extrema vulnerabilidade, indefesas com pais alcoólatras, mães
drogadas, incapazes de cuidar e educar os filhos, colocando-os em risco físico
e emocional é preciso agir.
O Conselho Tutelar é órgão
responsável pela proteção da infância e adolescência. Os conselheiros tutelares
ganham para isso. É a eles a quem a sociedade deve recorrer. Atuam em casos de
negligência, abandono e maus-tratos, garantindo o bem-estar das crianças.
Os Centros de Assistência
Social, os chamados CRAS, atuam oferecendo serviços de acolhimento,
acompanhamento familiar e orientação psicossocial, visando fortalecer os laços
familiares e promover a reinserção das crianças no seu seio familiar.
A ação promovida por esses profissionais em Potirendaba é digna de aplausos e elogios. Imagina a empolgação dessas crianças viajando de avião para voltar à casa dos avós paternos. Com certeza foi uma viagem emocionando cheia de novas descobertas e momentos inesquecíveis que irão, com certeza, ajudar a amenizar a dor desse trauma por terem sido abandonas pela mãe. Do outro lado do país, a quase 2.800 km longe de Potirendaba, os avós paternos as receberam com alegria, ansiedade e expectativa de uma nova vida, começando com comida, roupa, educação e amor para essas três irmãs.
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Crianças abandonadas a própria sorte pelos pais |