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TCE reprova contas de 2020 do IPREM de Sales

 

As contas do IPREM (Instituto de Previdência do Município) de Sales referentes ao exercício de 2020 foram julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O auditor Márcio Martins de Camargo acolheu pareceres da equipe técnica e do Ministério Público de Contas (MPC), que também opinaram pela não aprovação das contas de José Aparecido de Oliveira na presidência do instituto.

O IPREM de Sales foi criado em 7 de março de 2005 pela Lei Municipal nº 1.405 para gerenciar a previdência dos servidores municipais. Segundo a sentença do auditor, ocorreram divergências de saldos entre os dados de origem e os prestados ao sistema. O déficit atuarial apresentado foi de R$ 28,8 milhões e foi constatado a ausência da atualização das alíquotas de contribuição patronal e dos servidores ativos, inativos e pensionistas.

A fiscalização do tribunal apontou o descumprimento de recomendações da Lei Orgânica do Município e uma série de outras supostas irregularidades. O advogado de defesa de José Aparecido contra-argumentou que assim que tomou conhecimento dos apontamentos as providências foram tomadas para sanar as eventuais irregularidades.

A defesa relatou que a legislação vigente arrazoa por se tratar de município de porte pequeno e com poucos servidores, a implementação de quaisquer exigências quanto à representatividade do Comitê de Investimentos. No tocante ao dispositivo que regulamentou o Comitê de Investimentos não estabelecer critérios para a escolha dos membros, argumentou que todos os membros possuem a necessária certificação Anbima CPA-10.

A defesa destacou ainda que i resultado da execução orçamentária naquele exercício apresentou superávit de 31,7%. E em relação ao déficit atual de R$ 28,8 milhões argumentou existirem ações em andamento que resultariam não só a diminuição, mas também na redução do custo da previdência para o município. Justificou ainda que todas as medidas sugeridas no cálculo para a equalização do déficit atuarial foram devidamente seguidas.

Mesmo, assim, a Assessoria Técnica Jurídica (ATJ) analisou a matéria e sob o enfoque econômico-financeiro manifestou-se pela irregularidade das contas. O procurador do Ministério Público de Contas (MPC), João Paulo Giordano Fontes também manifestou pela irregularidades das contas de 2020 do IPREM.

O auditor Márcio Martins de Camargo em sua análise lembrou que o quadro de julgamento das contas dos últimos anos apresentavou os mesmos problemas com sucessivos déficits atuariais, sendo que o relativo ao exercício de 2020 aumentou 3,4%, quando comparado ao de 2019. “Noto que não houve a implementação de medida sugerida na avaliação atuarial”, acentuou o auditor, acrescentando que em que pese os argumentos da defesa, todos os servidores ativos como os segurados inativos devem ter os seus assentos nos órgãos internos garantidos.

Martins Camargo julgou irregulares as contas anuais de 2020 do IPREM de Sales e fez uma série de recomendações à diretoria do órgão. A principal delas é para que se organize a representatividade na composição do seu Comitê de Investimentos, se cumpra, com rigor, as disposições do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público e utilize todas as medidas acautelatória a seu alcance, por meio de uma adequada política de investimentos.

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