Folha2

Austa hospital é o primeiro da região a utilizar a oxigenação por membrana

Austa utiliza equipamentos de ponta para tratamento de paciente com covid

 

Pela primeira vez, um hospital da região Noroeste de São Paulo está adotando a terapia baseada na oxigenação por membrana extracorpórea, conhecida por Ecmo (na sigla em inglês) em paciente em tratamento da covid-19. O Austa, hospital em São José do Rio Preto, está utilizando este equipamento em um homem de 48 anos, morador da cidade, desde o último domingo (11 de abril).

A Ecmo despertou a atenção da sociedade e mídia nos últimos dias por estar sendo utilizado no suporte ao ator Paulo Gustavo, internado em hospital do Rio de Janeiro em decorrência de complicações da covid-19.

O aparelho possibilita uma forma de respiração extracorpórea (fora do corpo), utilizada como recurso final quando aparelhos de ventilação mecânica, que atuam como respiradores artificiais, já não surtem mais efeito. É uma espécie de pulmão artificial, que drena o sangue para fora do paciente através de cateteres, faz sua oxigenação com auxílio de uma membrana polimérica e o devolve para o doente. É um tratamento invasivo de suporte à vida que pode ajudar a manter o paciente até que seu pulmão se recupere.

Em Rio Preto e região, o Austa tornou-se a primeira instituição de saúde a ter um paciente internado cujo tratamento emprega o suporte da Ecmo. Utilizá-lo também foi possível porque o Austa já conta com uma equipe multidisciplinar com conhecimento técnico do aparelho.

Neste final de semana passado, o Austa realizou um curso intensivo sobre a oxigenação por membrana extracorpórea, utilizando esta máquina, batizada de Sistema Solis e desenvolvida pela Braile Biomédica e o Instituto de Pesquisas Eldorado, de Campinas (SP), uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

O curso reuniu 25 profissionais do hospital, entre médicos cirurgiões cardíacos e torácicos, pneumologistas, cardiologistas, intensivistas, perfusionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas.

Para o cardiologista Mário Jabur Filho, diretor presidente do Austa, é grande alento para os profissionais de saúde disporem da oxigenação por membrana extracorpórea como alternativa terapêutica para os pacientes com quadro clínico grave, internados em UTIs. "O tratamento permite manter o paciente oxigenado nos casos em que o pulmão já não é capaz de realizar a tarefa de oxigenação de maneira adequada, mesmo com o paciente intubado e recebendo oxigênio a 100%", afirma, dr. Mário Jabur.

Ele ressalta, no entanto, que o uso da Ecmo deve ser avaliado com bastante critério pela equipe multiprofissional. “Não são todos os pacientes que podem ter este recurso. Nós devemos avaliar uma série de aspectos clínicos e particulares do paciente, além de seu quadro de saúde, para decidirmos se usaremos a máquina de respiração extracorpórea”, explica o cardiologista, com larga experiência em Unidade de Tratamento Intensivo.

Foi o que aconteceu com este paciente de 48 anos, que internou na UTI do Austa, no dia 23 de março, com covid-19 e quadro clínico agravado por ter algumas comorbidades. “Nossa equipe multidisciplinar, composta pelos cirurgiões, pneumologistas, cardiologistas, perfusionistas e intensivistas, avaliou com bastante critério o quadro clínico e, considerando que as terapias até então adotadas não estavam surtindo efeito, decidiu pela Ecmo”, disse Dr. Jabur.

Na manhã desta terça-feira, 13 de abril, o paciente permanece internado na UTI.

Tomógrafo por impedância elétrica

Além de contar com a oxigenação por membrana extracorpórea como alternativa terapêutica, o AUSTA hospital dispõe também de outra tecnologia, esta justamente para reduzir a necessidade de pacientes com insuficiência respiratória aguda terem que serem submetidos ao tratamento com o "pulmão artificial", como também é conhecida a Ecmo. A tecnologia é o tomógrafo por impedância elétrica, que permite aos médicos monitorem ininterruptamente e de forma não invasiva, à beira do leito, a condição do pulmão de pacientes com insuficiência respiratória.

Desse modo, é possível otimizar a ventilação mecânica com o objetivo de reduzir complicações e lesões pulmonares e evitar o prolongamento desnecessário do procedimento.

O aparelho fornece à equipe médica indicadores individualizados para visualizar a condição do pulmão do paciente para realizar a ventilação mecânica adequadamente, com a finalidade de diminuir o tempo de dependência e, consequentemente, os efeitos colaterais da intubação.


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

vários

Folha2
Folha2