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Advogados agora tem de se adaptar às mudanças na era da pandemia do coronavírus
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O
Dia do Advogado é celebrado em 11 de agosto. A data também é conhecida como o “dia
da pendura” e homenageia profissionais que representam o direito dos cidadãos
perante a Justiça.
A
data foi escolhida porque nesse dia, no ano de 1827, Dom Pedro 1º, autorizava o
funcionamento das duas primeiras faculdades de Direito no Brasil, a de Olinda e
a do Largo São Francisco em São Paulo. Como uma das profissões mais antigas do país,
contando com cerca de dois séculos de existência, o Direito está passando por
um momento intenso de transição e mudanças na rotina de trabalho, em
decorrência da pandemia da Covid-19.
Esse
novo cenário tem impactado mais de 1 milhão de
profissionais regularizados na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Nos dias de
hoje a área ainda se mantém como uma das carreiras mais tradicionais e
requisitadas do País.
Prova disso é que pesquisa divulgada
pelo Instituto Semesp em maio deste ano (a 10ª edição do Mapa do Ensino
Superior no Brasil) mostrou o curso de Direito como o mais buscado na internet,
na frente de profissões das áreas de Medicina, (2ª mais procurada), Psicologia
(3ª), Administração (4ª) e Enfermagem (5ª). Na rede privada é também a
graduação mais procurada, ocupando a segunda posição na rede pública, onde a
Medicina é a carreira mais procurada.
O estudo também aponta o Direito como a
quinta profissão melhor remunerada, com salário médio de R$ 3.987 para
profissionais, entre 24 e 30 anos, admitidos no primeiro emprego.
Direito na pandemia
Nesse contexto de isolamento social,
que impede atividades e encontros presenciais, a área e o profissional estão
tendo que se reinventar. Inúmeros escritórios e bancas de advogados, bem como
departamentos jurídicos de empresas, estão operando quase totalmente em home
office, com resultados que em muitos casos revelam aumento de produtividade das
equipes.
Outra alteração significativa foi em
relação às audiências. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estabeleceu, em março, regime de plantão extraordinário para
o Poder Judiciário e, em abril, procedimentos para a realização de audiências
em primeira instância, bem como julgamentos recursais, com o uso de
videoconferência. A advocacia teve de se adaptar e não há dúvidas sobre a
importância da tecnologia nos escritórios como forma de otimizar os processos.
Por isso, a partir de agora, além do
conhecimento jurídico, torna-se imprescindível ao profissional a habilidade
digital para uso desses recursos. “Na área de Direito podemos dizer que as
mudanças foram rápidas e abruptas, pois as audiências só aconteciam de forma
remota em casos excepcionais”, afirma o advogado Demis Batista Aleixo. “Hoje, o
excepcional virou rotina e precisamos estar preparados para novas mudanças que
podem surgir”.
A pandemia mostrou que além do conhecimento
técnico, indispensável à profissão, alguns softwares serão muito valorizados no
pós-pandemia. A resiliência e flexibilidade para lidar com o imprevisível,
organização e engajamento com as tarefas mesmo a distância, proatividade e
criatividade na entrega de soluções e a capacidade por meio de plataformas
digitais são alguns exemplos do que se espera do advogado num futuro bem
próximo.
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Prédio da Faculdade de Direito de Olinda em 1830
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Prédio da Faculdade do Largo de São Francisco, em 1930, em São Paulo
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Quase 200 anos depois a fachada do prédio da Faculdade do Largo de São Francisco, hoje pertencendo à USP (Universidade de São Paulo) continua praticamente intacta
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