*Dr. Moacir Alves Borges
O sono é ainda uma incógnita quanto a sua existência
nos ser humano e mesmo em animais inferiores, mas é uma condição fundamental em
nossa vida por ter função reparadora,
de preservação de energia, proteção imunológicas e equilíbrio psicológico. Com essas funções o sono mantem
a qualidade de vida para que cada um de nós tenhamos bons papeis em nosso cotidiano, em particular nas
relações pessoais.
Há um verdadeiro ciclo de
sono-vigília, que varia com a idade e sexo, sendo dois fatores que
regulatórios: o homeostático e o circadiano. O primeiro corresponde às
liberações de substâncias durante as
atividades diurnas indutoras de sono e o segundo trata-se da liberação de melatonina
pelos núcleos supraquiamático, que funcional como verdadeiros marca-passos do
ritmo son/vigília.
O sono fisiológico é constituído 5 ciclos de 90 minutos, sendo
cada um composto por 4 estágios ( sono
não-Rem- N1,N2, N3) e segue o estágio de sono REM (que corresponde a fase que
se sonha).
A abordagem médica na identificação
dos transtornos do sono leva em conta o que
o paciente está sentindo as condições de vida, o tempo, além de
informações do acompanhante. Raramente necessita-se de exames complementares
para um bom diagnóstico.
A insônia, seja de quantidade ou de
qualidade, é um DS que ocorre em praticamente 1/3 da população, sendo mais
prevalente nas mulheres, pessoas de baixo nível social, estressados e idosos. Há ainda a insônia de
início, de manutenção e de despertar precoce. É muito importante para
caracterizar a insônia do se acordar cansada e sonolência diurna. A insônia crônica é quando os sintomas acimas
ocorrem acima de três meses, pelo menos duas vezes por semana. Mesmo assim é
necessário afastar distúrbios de dono como apneia obstrutiva de sono (roncos) e
síndrome das pernas inquietas. Sabe-se que
insônias prolongadas associa-se
ao aumento de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, hipertensão
e diabete.
Habitualmente a insônia aguda é
desencadeada por um fator estressante como mudança de emprego, vestibular, perda de
ente querido, mudança de ambiente de dormir. Essas são facilmente contornáveis.
Entretanto, toda insônia aguda pode cronificar se houver fatores
perpetuantes, como dor crônica, depressão, ansiedade, persistência de
problemas existencial, alguns fármacos etc.
O tratamento da insônia passa
inicialmente pelo que chamamos terapia cognitiva-comportamental. É com
boas palavras para readaptação do paciente à nova situação. Reputo importante
esclarecer o insone que a cama é um instrumento muito bom para se dormir e até
namorar, mas inadequado para outras atividades, como assistir à televisão,
leitura, discussão, resolver os problemas pendentes do dia anterior e
econômicos/familiares. Caso não se consiga conciliar o sono em 20 minutos,
então pule fora da cama e vá fazer outra atividade, se possível monótona, até o
sono voltar. Até brinco com os meus insones, pedindo para que eles deixem os problemas
do lado de fora do quarto porque ninguém virá roubá-los e também não fugirão.
Assim na manhã seguintes eles estarão todos lá
e você pelo menos revigorado para a luta. Nesta importante linha, temos
também os métodos relaxantes como caminhadas, Iogas e psicoterapias.
Por fim a terapia farmacológica
disponível é vasta que poderá com critérios, usadas. Principalmente por períodos curtos são eficientes, entretanto
por períodos longos, são decepcionantes.
Dr. Moacir Alves Borges é médico e professor
da Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP)
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