Eduardo Becker, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais pede inclusão da categoria entre os prioritários para a vacinação
No ano passado, 22 agentes
de segurança morreram em confrontos com criminosos durante o serviço, enquanto
a Covid-19 matou 43 profissionais. Os dados são da Secretaria da Segurança
Pública (SSP).
O pedido foi enviado ao secretário da SSP, general João Camilo Pires de Campos, e não foi atendido. “Peritos criminais e demais carreiras são expostos diariamente a riscos de contaminação, atendendo vítimas de crimes e seus familiares, além de manipular cadáveres tendo contato direto contato direto com secreções biológicas, como sangue, fezes, urina, vômitos”, disse o presidente do sindicato, Eduardo Becker. “Diante dessa realidade, solicitamos ao governo a inclusão no grupo prioritário, mas não fomos atendidos. Agora reforçamos a necessidade de imunizar quem está diariamente na rua se arriscando em nome da segurança pública. Esperamos que pelo menos os servidores que atuam em laboratórios que exames amostras biológicas e na linha de frente, atendendo a população e comparecendo a locais de crime, entre eles hospitais, sejam atendidos”.
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Perita da Polícia Técnica durante trabalho de coleta de provas após crime |
No ano passado, 19
policiais militares, 21 policiais civis e três policiais técnico-científicos
morreram em decorrência da doença. Ainda segundo o sindicato, há uma quarta
morte de policial técnico-científico que está sob suspeita.
Em 2021, o número de mortes
continua subindo. Até 5 de fevereiro, o saldo é de 59 policiais mortos. “Por causa da escassez de vacinas, o cronograma avança de forma
lenta e, por isso, ainda não há previsão para que os policiais
técnico-científicos sejam imunizados contra o coronavírus. Essa é mais uma
forma de descaso com que os servidores da segurança pública são tratados
diariamente. O número de policiais não traria grande impacto ao esquema de
vacinação, mas é fundamental para proteger quem lida diariamente com o risco”,
completa Becker.